terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Sobre a vontade de mergulhar



A liberdade e a prisão estão separadas por uma linha tênue. 
Em 2015, ainda vejo que o mundo em minha volta é tão opressivo quanto hipócrita. Ele oprime quem nós realmente somos ou queremos ser. A vontade de extravasar e mergulhar fundo em alguma vontade, desejo, é censurada pela consciência incorporada de fora pra dentro. Cuidadosamente ditada. Vulnerável aos julgamentos mais brutais... Assim aprendemos a lidar com nossas ações, a partir do medo, do receio, construímos muros, adiamos planos, abrimos mão da felicidade. Tudo em troca de um plano de carreira socialmente "vistoso". Como reza a lenda "faça o que falo, não faça o que faço".  
Viver extrapola regras e convenções.  Significa simplesmente decidir, e partir. É se entregar sem hesitar; errar, reconhecer e seguir em frente sem vergonha. É mudar de ideia e persistir: acreditar na sorte, na intuição. Intuição essa que vem perdendo a sensibilidade a cada ano que passa, porque somos obrigados a nos alinhar, a planejar, a nos programar. Dizem que o tempo não para, e por isso, temos que correr para alcança-lo. E nessa busca, só encontramos o erro quando nosso prazo está perto do fim, ou quando nossas ações se tornam irrevogáveis. Por isso, que realmente precisamos, é parar de olhar para o relógio e sentir o que o mundo tem a nos oferecer de novo. Desvendar. 

domingo, 4 de janeiro de 2015

Sobre expectativas



A gente nasce inconscientemente egoísta. Em algumas casos, isso só fica claro quando nos apaixonamos. A necessidade que o amor do outro corresponda e seja equivalente ao seu, traz à tona este lado. 
É realmente difícil compreender como o mundo se transforma a cada vez que gira. As pessoas são assim também, por pior que isso seja em algumas situações. Desse jeito, nasceu o amor não correspondido, e tantos filmes de sucesso, que te fazem sair chorando do cinema. 
Me pergunto se o que está tão vivo dentro de mim, ainda pulsa em alguma parte dele. Será que ele sentiria alguma coisa se lesse aquele texto que escrevi dizendo o quanto nós éramos perfeitos juntos e nascemos um para o outro? Talvez ele tenha guardado essa opinião em algum lugar bem escondido e tenha esquecido por lá... 
Foi tudo tão intenso, que depois de 2 anos minha mente continua fazendo retrospectivas, e quase sem querer, começo a pensar numa continuação pra nossa história que muito provavelmente nunca aconteça.
Porque ele me permitiu voar tão alto? E agora, cair. 
Quando ele disse "talvez não seja nessa vida, ainda..." Eu pensei que nós poderíamos contrariar a letra da música e fazer acontecer ainda nessa, e quem sabe continuar nas outras...
Disso é feito a maioria das histórias que conheci nas minhas quase 20 primaveras: desencontros. Somos egoístas porque exigimos reciprocidade. Porque simplesmente não entendemos o por quê de um outro alguém não querer ser personagem de um plano nosso.
 E, embora as cenas anteriores não possam ser deletadas, o roteiro pode ser alterado por justa causa. Porque todo mundo merece um amor correspondido, com gosto de fruta mordida, e todos os outros clichês.