sexta-feira, 6 de junho de 2014

Sobre algumas páginas do meu 2014

Durante uma boa parte da vida, vivemos presos em uma bolha. Tudo aquilo que acontece é parcialmente previsível, e apesar de ser menos emocionante, é perfeitamente confortável. Desconhece-se a instabilidade de encarar o novo, se virar sozinha, sair da asa da mãe. Até que um dia essa bolha estoura, e somos obrigados a enxergar o mundo com os próprios olhos. Subitamente, nos descobrimos daltônicos: algumas cores não são o que pareciam, mas, bem ou mal, ganham um novo aspecto. 
Incrivelmente, um novo universo vai surgindo ao nosso redor, com características singulares e não vinculadas à vida que até então nos pertencia. Como só posso falar por mim, essa é a história que venho escrevendo: antes, há muitos e muitos anos eu planejava um futuro que hoje percebo o quanto era fantasioso (ainda achava que tudo era um conto de fadas). Depois, minha ingenuidade foi se desgastando aos poucos, com cada coisa que aprendia -por amor ou pela dor-. Alguns chamam isso de maturidade. Que seja... 
Eu também achava que estava cercada por pessoas que seriam eternas na minha vida e pensar viver sem elas era algo incogitável. As ironias do destino bateram na minha porta e fui surpreendida de todas as formas possíveis. Hoje, moro em um lugar nunca passou pelos meus sonhos mais distantes, e que apesar de não continuar fazendo parte dele, me recebeu de braços abertos. Sou muito grata e abençoada por ter pessoas tão boas perto de mim. Dispostas a me ajudar, a rir comigo dos dias chatos e torná-los um pouco mais suportáveis. Gente que é leve e me faz querer ser melhor! Gente que gosto assim, de graça... E que quero levar pra vida, depois que me livrar desse pesadelo de incertezas que é o cursinho. Espero continuar sendo surpreendida, dia após dia, porque por mais instável que seja, são essas surpresas que tornam tudo mais emocionante. Rezo para ter coragem de continuar seguindo o meu coração e ser fiel aos meus sentimentos e vontades, sem hesitar. Uma coisa eu aprendi: quanto mais pensamos que temos controle sobre a vida e o rumo que podemos tomar, ela vem e nos mostra que é muito mais poderosa e desconsertante, capaz de virar ao avesso qualquer plano. Cabe a nós extrair ao máximo de todas as situações, boas ou ruins. As boas porque nos fazem felizes e as ruins porque nos fazem querer buscar as boas. Nesse labirinto, muitas vezes eu me perco, mas é onde, aos poucos, eu também vou me encontrando cada vez mais verdadeiramente!

Dedico esse post à Cami, Sa, Maria, Guina, Victor, Lipe e todos aqueles que vêm conquistando meu coração :)