quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Ode à liberdade


Eu, assim como tantas outras pessoas, sou movida por amor. Sempre acreditei que esse amor tinha que vir de um outro alguém e cair no meu colo, mas graças à maturidade e ao autoconhecimento, que esse ano, em especial, me vieram em abundância, venho descobrindo outras formas de amor, o amor à vida.
Crescer vendo princesas e filmes com finais felizes fazem uma lavagem cerebral na gente, e ficamos idealizando coisas que devem SIM acontecer, mas não agora. Descobri-me em uma fase que não lembro já ter experimentado antes, e tenho gostado...  Muito! Não ter ninguém em mente deixa um espaço imenso dentro de mim, tão imenso que fico leve. O melhor sentimento é poder escolher não escolher ninguém além de mim mesma, das minhas amigas, da minha família: pessoas que me completam de diferentes formas e me fazem experimentar vários tipos de amor.

Um dia, quem sabe, vai aparecer alguém, e meu coração vai dar um sinal. Eu vou saber. Até lá, quero viver sem me afogar em expectativas, sair sem rumo, e ser guiada pelo acaso. Quero me perder e me encontrar várias vezes, e em todas elas, descobrir algo novo sobre essa coisa mágica, surpreendente e intensa que é a vida. Quero explorar novos lugares, novos desafios e novos olhares, até que um dia, quem sabe, quem sabe, meu olhar seja hipnotizado por um outro olhar, e aí, eu tenha a liberdade de escolher me prender, quem sabe, pra sempre.

sábado, 13 de setembro de 2014

Sobre a nostalgia de um verão qualquer

Não sei o que o verão tem, mas alguma coisa muda com a sua chegada. Reza a lenda que a vida fica mais leve, o riso fica mais frouxo, e os amores mais intensos. Todas as vezes que paro pra pensar nos melhores momentos da minha vida, percebo que neles o termômetro marca 40 graus. O calor vem pra aquecer as nossas almas da amargura do inverno. Da seriedade do outono. A primavera, linda que só ela, anuncia que dias felizes estão próximos: e realmente estão. Vai chegando o fim do ano e a cabeça vai mudando; involuntariamente faço uma balanço da minha vida nos 300 dias vividos nesse ciclo. Isso me é muito válido, porque é quando escolho aquilo que vou levar comigo, e aquilo que vou deixar pra trás. Assim, só me cabe o que foi bom (e os aprendizados). Em tese, consigo um grande nível de satisfação, mas quem nunca se pega pensando "aquilo eu queria de novo..."?  O pior de tudo é perceber que esse "aquilo" está cada vez mais longe do meu presente e cada vez mais concretizado no passado. E pior ainda, é saber que não há nada que eu possa fazer pra mudar isso. 
Hoje eu conversava com a Júlia, e ela me empolgou bastante falando sobre o cabofolia, pra irmos e tal. Então eu lembrei do meu último cabofolia, e lembrei o quanto a felicidade estava ao alcance das minhas mãos. Por sorte não fui cega, mergulhei de cabeça... E agora fica em mim só algumas lembranças, fotos e saudade. Vou dormir na esperança de sonhar com esse meu "amor infinito vivido em dias contados" que vai ocupar, sempre, um lugar privilegiado no meu coração. 



segunda-feira, 9 de junho de 2014

Porque sentir é mais forte que acreditar

As palavras abaixo são de Baruch Espinoza - nascido em 1632 em Amsterdã, falecido em Haia em 21 de fevereiro de 1677, foi um dos grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Era de família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno. Acredite, essas palavras foram ditas em pleno Século XVII.

DEUS SEGUNDO SPINOZA. 
(Deus falando com você)

"Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.

Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.

Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.

Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?

Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.

Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.

Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.

Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno. Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste
comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?

Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.

Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.

Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti."
Einstein, quando perguntado se acreditava em Deus, respondeu: “Acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens”.

domingo, 8 de junho de 2014

Post eternamente em atualização: porque meus sonhos não têm fim

Uma das maiores infelicidades que se pode ter na vida é morrer e continuar vivendo. Ser coadjuvante da própria história. Imóvel ao decorrer das estações. Definitivamente, não me incluo nesse grupo! O mundo me faz querer ter ânsia de viver, descobrir e explorar o que ainda não conheço. Fazer planos e cumpri-los: um a um. Viver como se fosse morrer amanhã, e sonhar como se fosse viver eternamente. Essa sou eu! 



sexta-feira, 6 de junho de 2014

Sobre algumas páginas do meu 2014

Durante uma boa parte da vida, vivemos presos em uma bolha. Tudo aquilo que acontece é parcialmente previsível, e apesar de ser menos emocionante, é perfeitamente confortável. Desconhece-se a instabilidade de encarar o novo, se virar sozinha, sair da asa da mãe. Até que um dia essa bolha estoura, e somos obrigados a enxergar o mundo com os próprios olhos. Subitamente, nos descobrimos daltônicos: algumas cores não são o que pareciam, mas, bem ou mal, ganham um novo aspecto. 
Incrivelmente, um novo universo vai surgindo ao nosso redor, com características singulares e não vinculadas à vida que até então nos pertencia. Como só posso falar por mim, essa é a história que venho escrevendo: antes, há muitos e muitos anos eu planejava um futuro que hoje percebo o quanto era fantasioso (ainda achava que tudo era um conto de fadas). Depois, minha ingenuidade foi se desgastando aos poucos, com cada coisa que aprendia -por amor ou pela dor-. Alguns chamam isso de maturidade. Que seja... 
Eu também achava que estava cercada por pessoas que seriam eternas na minha vida e pensar viver sem elas era algo incogitável. As ironias do destino bateram na minha porta e fui surpreendida de todas as formas possíveis. Hoje, moro em um lugar nunca passou pelos meus sonhos mais distantes, e que apesar de não continuar fazendo parte dele, me recebeu de braços abertos. Sou muito grata e abençoada por ter pessoas tão boas perto de mim. Dispostas a me ajudar, a rir comigo dos dias chatos e torná-los um pouco mais suportáveis. Gente que é leve e me faz querer ser melhor! Gente que gosto assim, de graça... E que quero levar pra vida, depois que me livrar desse pesadelo de incertezas que é o cursinho. Espero continuar sendo surpreendida, dia após dia, porque por mais instável que seja, são essas surpresas que tornam tudo mais emocionante. Rezo para ter coragem de continuar seguindo o meu coração e ser fiel aos meus sentimentos e vontades, sem hesitar. Uma coisa eu aprendi: quanto mais pensamos que temos controle sobre a vida e o rumo que podemos tomar, ela vem e nos mostra que é muito mais poderosa e desconsertante, capaz de virar ao avesso qualquer plano. Cabe a nós extrair ao máximo de todas as situações, boas ou ruins. As boas porque nos fazem felizes e as ruins porque nos fazem querer buscar as boas. Nesse labirinto, muitas vezes eu me perco, mas é onde, aos poucos, eu também vou me encontrando cada vez mais verdadeiramente!

Dedico esse post à Cami, Sa, Maria, Guina, Victor, Lipe e todos aqueles que vêm conquistando meu coração :)

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Sobre encontrar alguém sob medida

Depois do primeiro amor, vem a primeira desilusão. Normal. Depois do segundo amor, vem a dúvida: será que vou encontrar outro como ele, melhor que ele? E é assim com os outros também.
Algumas pessoas começam uma busca interminável, incansável pela felicidade. Pela felicidade que talvez possa ser encontrada em um outro alguém. 
Outras, deixam o tempo agir. E ele é poderoso. Não falha. E eis que surge alguém, manso, como quem não quer nada, por acaso, ou não, ganha nosso coração. E nos faz querer mais. Se doar mais, compartilhar mais, viver mais. E essa pessoa nos ensina que na realidade, o amor não serve pra completar, e sim pra complementar. Se sentir completa é consequência dos sentimentos cultivados. 
E de repente, todos os conceitos de perfeição mudam. Perfeito passa a ser "estar junto". 
Dormir de mãos dadas, acordar no meio da noite e ver que tem alguém do seu lado. E no dia seguinte, acordar com um sorriso que vai fazer todas as próximas horas valerem a pena. Perfeito é subir no telhado e ver estrelas. Conversar e fazer planos como se tudo coubesse dentro do "para sempre". É fazer um pedido pra uma estrela cadente tendo total convicção de que se realizará. Perfeito é tomar banho junto logo depois de acordar, e depois ficar deitado na cama como se o mundo lá fora não tivesse pressa e pudesse esperar. Perfeito é ver filme abraçadinho e por melhor que seja o filme, deixar pra lá... Perfeito é sentir o peso do corpo, o calor, a respiração. Dar e receber. Se entregar por inteiro. É ver 1 defeito e 10 qualidades. É se sentir confortável pra falar o que quiser. Ler pensamentos. Acreditar nas promessas. Olhar nos olhos. Rir de uma tragédia e pensar: pelo menos estamos juntos nessa. 
Não tem coisa melhor do que ser você mesma e estar com alguém que admire isso em você. Não tem sensação melhor do que desejar a mesma pessoa todos os dias e tê-la, todos os dias.

Amor, Saudade e Recomeços

''Na encruzilhada silenciosa do destino, quando as estrelas se multiplicaram, duas sombras errantes se encontraram. A primeira falou: -Nasci de um beijo de luz, sou força, vida, alma e esplendor.... Trago em mim toda a sede do desejo, Toda a ânsia do Universo. Eu sou o Amor! O Mundo sinto enxágüe em meus pés! Sou delírio, loucura... E tu, quem és? A segunda: -Eu nasci de uma lágrima. Sou flama do teu incêndio que devora. Vivo dos olhos tristes de quem ama, para os olhos nevoentos de quem chora. Dizem que vim ao mundo para ser boa, para dar do meu sangue a quem queira. Sou a Saudade, a tua companheira, que punge, que consola e que perdoa... Na encruzilhada silenciosa do Destino, as duas sombras comovidas se abraçaram, e, desde então, o Amor e a Saudade nunca mais se separaram.''